Wednesday, March 25, 2015

Aspirações expiradas

No primeiro dia do equinócio da Primavera resolvi descer de terras mouras até ao largo Manuel da Fonseca, bebericar um chá, fumar uns cigarros e escrever na paz do Senhor.
Esqueci-me foi que neste primeiro dia não só brotam os botõezinhos de rosa e não são só as andorinhas que por aí se pavoneiam.
Dou por mim numa sexta-feira perto das 17h parecendo que já são perto das 22h e que a super-lua fez efeito, até porque o pátio está cheio de aves raras e cães a uivar.
Sou um lobo solitário de tecnologia enfiada nos ouvidos, observado pelo octogenário que guarda o pátio tão bem como a comida que tem há vários dias nas bochechas.
Já não existem espaços cheios em Lisboa que estejam vazios de vida.
Ou se calhar foi a vida que renasceu hoje e levou os restos mortais da cidade ao seu próprio entrudo que decorreu na semana passada.
Finda assim mais uma semana e com ela este meu cigarro. 

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