Monday, December 15, 2008

folhas soltas

mais um dia de pinturas.
foi-me informado que limpasse o armário.
ao invés, limpei umas gavetas e a secretária.
encontrei.. papéis de multibanco, bilhetes de autocarro/metro/comboio, flyers de eventos, releases de artistas portugueses, folhas pequenas, folhas grandes, folhas fartas, tudo escrito até a ponta da caneta (ou do lápis) se cruzar com o horizonte da folha.

nelas.. palavras sem sentido. prossegue o estudo.
(o começo com a frase já mais que batida: "cada vez mais se torna insuportável respirar neste mundo". neste mundo insano, acrescento.)

Enquanto a cabeça esvoaça, e o sorriso teima em rasgar para o erguer de um novo dia, o coração palpita ferozmente e as fossas nasais entopem.
O corpo passa a ser mais uma máquina, porque a alimentação que lhe é servida, de manhã, ao almoço, e ao jantar, está poluída de futilidades, egoísmo, e malícia.
O soro que salva esta vida é incerto como o tempo.
Como o frio, como a chuva, como a trovoada, como a neblina, como o sol, como o calor, como a lua..
 
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