Tuesday, December 19, 2006

19.12.06 - paixões in//rasputine


Calhou em conversa falar de implantes. Mais concretamente em implantes de coração.
Uma pessoa racional, ou térrea disse-me: "Eu tenho os meus limites". Pois, eu também tenho os meus, mas os meus travões estão avariados. Mas não é por falta de óleo.
Isto tudo se poderá tratar como uma equação matemática, ou questões de lógica.
Ora se o batimento cardíaco está ligado ao cérebro, ou vice-versa, então os sentimentos estarão portanto ligados ao cérebro também. O coração sente. Mas o coração sente porque o cérebro assimila esse sentimento. E quem se debruça demais sobre esse pensamento, mais sente ainda sobre o mesmo.
Tremer de paixão por toda a gente.
Tudo o que se manifesta agradável, tudo o que se manifesta de paixão, tudo o que é perfeito aos olhos mais sensíveis ou sensíveis. Sensibilidade ou sensivilidade. Que merda que se torna isto tudo.
Frágil foi o que me chamaram indirectamente uns quantos dias antes.
Ritmos mensais que atenuam o estado de espírito sentimental não racional racional!!!
Díficil expressão é o que se torna.
Dar voltas na mesma questão e mesmo assim deixar-se ir pelo que se sente.
"Eu já pedi o meu implante faz mais de 5 minutos, este sítio é uma espelunca!"
Há um ser que se quer conhecer, por isso se isola e limita o seu espaço ao conhecimento próprio, para se apaixonar pelo mesmo. Para então poder abrir as portas e se inaugurar (dentro do que já era, mas mais absorvido na sua consciência) a outras pessoas com quem deseja partilhar esse seu salão, esse seu mundo. Essa sua pessoa. Esse seu ser que não o vai abandonar por mais que fuja da sua própria sombra.
Uma pessoa que é viciada em sombras mas não consegue fugir da sua, embebeda-se em sentimentos que não quer ter, mas não foge deles porque a sua sombra os puxa para os mesmos. É correr no mesmo sítio! Como ir a um ginásio para fazer exercício porque tem hora marcada e dinheiro a cair todos os meses. Ou não, porque é uma obrigação. Então porque se torna a nossa consciência de certo modo numa obrigação? Obrigação de fazer o que sente. E se se sente muita coisa ao mesmo tempo? E se a paixão se dilui ao ponto de se confundir com diversos sentimentos? E o amor que não é próprio?
Vai para casa e escrever, escrever faz bem. Isso para mim é claro como água. Tu estás é carente.
Carente? Mas que são carências, pergunto eu, quando a única pessoa que quero amar está dentro de mim?
Estará errado obrigar-me a amar-me? Será dificil?
Houve uma senhora que perguntou ao médico onde se injectava o colagénio para o vazio existencial, eu cá corrobo a questão e pergunto também se estas fases se curam com shampoos para a caspa e medicamentos para emagrecer. Caspa não, caspa é físico. Emagrecer e depressões, que vem cá de dentro.
Terapia musical e ainda se riem de mim. Não faz efeito num mês. O comprimido bem que pode ser de açúcar.
E ainda me perguntam porque me injecto tanto com o que me faz mal. Pergunta-lhe a filha porque se mata aos poucos. Mas que gozo isso me dá.
Que gozo me dá aquele ardor, que gozo me dá a visão turva, que gozo me dá a dôr. Que gozo me dá saber que estou viva, que gozo me dá a disfunção da realidade por certos instantes.
E que gozo me dá quando penso sobre isso ao ouvir o que penso de quem vem de longe. De quem não me conhece e se exprime por mim.
Que gozo me dá essa ilusão. Dizerem-me que estamos sozinhos no mundo e afinal ser mentira.
Não sei se gosto de paixões ou não. E falo de paixões.
Uma paixão que não tem o significado que tem para ti. O mesmo significado que tem para ti, não tem para mim.
A minha absorção de paixão. O poder de me apaixonar por uma pessoa que não conheço.
Pode só esboçar-me um sorriso. E até agora ainda não bati na cabeça.

Sunday, December 17, 2006

"my brain is a mess"

Mostrou-me o interior dela.
Mostrou-me como sangrava, mostrou-me a roupa no meio do chão, mostrou-me a cinza do cigarro descuidado, mostrou-me o que estava caído que não devia.
Mostrou-me isso, eu virei a cara e fingi que não era comigo.
Ela disse-me que erámos iguais.

Saturday, December 09, 2006

saíu-lhe assim



ele disse: "a minha alma gémea está doente."
e ela disse: "o amor é horrível."

pára de respirar em cima de mim

As caras desfiguram-se ao longo dos dias.
Contam-me histórias nos sonhos, e acordam-me quando não estou a sonhar.
Desfiguram-se em dentes caninos e aumentam a minha circulação sanguínea.
Mas amanhã já não se desfiguram...
Só que nunca mais é amanhã...

Thursday, November 30, 2006

estudos segundos//royale devaneium


Tenho neste preciso momento a oportunidade de fazer um casulo em volta da minha pessoa. Queixava-me da falta de um lápis e um pequeno pedaço de papel, ao qual a minha intuição contribuíu, enviando sinais óbvios a quem não me conhece disponibilizando-me assim o que desejava.
Rodeada de pequenos prazeres..
Um local com luzes de noite, vozes humanas apenas como efeito sonoro, sem que as consiga perceber como as baleias. Música desconhecida que não me faça trauteá-la por a conhecer. Uma vela que não se apaga, um chá bem quente prendendo-me à mesa, e cigarros. O dia chuvoso torna-se assim mais belo.
Um cigarro após outro, uma nota após outra, assistindo ao esfriar do chá através do seu fumo, encontro o momento só, não estando só.
Pois quando estamos sós, somente nós numa divisão fechada sem sentirmos cheiro a carne humana, mesmo que seja por meio visual ou sonoro, muitas vezes não conseguimos encontrar a profundeza da solidão que procuramos.
As questões diárias que colocamos sem nunca as achar.
Nunca questionas o amor? É demasiado? É um assunto extenso, mas não será banal
questioná-lo.
Se vês paixões em todo o lado, se te apetece sorrir às pessoas na rua e quando dás por ti e não sabes se o queres ter..
Quando queres dá-lo a toda a gente, mas não o fazes porque a sociedade injecta malícia na testa das pessoas e tu acabas por não o dar.
Porque às vezes dizer que adoramos os nossos amigos, e nos dirigirmos a uma pessoa que mal conhecemos e dizer-lhe que é pura porque lhe sentimos o cheiro a milhas e ela sorri e pensa que és louco.
"Vou-me sentar naquele sofá porque é mais confortável. Mas assim fico sem contacto visual com a pessoa que está à minha frente... Que se lixe, vou para o sofá. É mais confortável."
As pessoas gostam de mijar nas pernas umas das outras para marcarem território.
Mas não querem ver as suas mijadas.

Wednesday, November 29, 2006

estudos urbanos


as pessoas gostam de mijar nas pernas umas das outras para marcar território.
mas não gostam de ver as suas mijadas.

Sunday, November 12, 2006

nesta latrina a que é que cheira..?


Os meus cigarros crescem sem controle reflexivo, devido a um esquecimento membral
ligado ao cérebro. Ao cérebro estatelado pelo coração e pela alma.
A dôr encoberta é destapada a metade pelos dias consumidos por um lobo com fome.
Vorazmente, com mais necessidade que apetite.
A incapacidade de expressão oral, força a incapacidade literária. Os dedos calam-se
uns aos outros. e não me deixam expandir.
A respiração faz-me vibrar e chega a ser assustadora de modo a que fique acordada
para saber que ainda o estou.Inutilidade, fraqueza, tristeza. Eza Eza Eza Eza. Falta a beleza. É difícil encontrá-la. O mal. O terrível mal. O homem da capa preta que desfigura os belos só porque o são.
Não sei. Já nem isso sei. Já nem o meu corpo sabe não responder à minha mente. O meu corpo egoísta faz com que a minha alma seja egoísta. E a minha alma egoísta torna o
meu pensamento racional egoísta.
Quando tudo o que quero é paz. Só paz. Só.

Monday, October 16, 2006

love will tear us apart




















"ela quer-me, mas não me quer. mas quer-me. "

Thursday, September 14, 2006

só lê nas entrelinhas quem sabe, e quem me sabe sou eu

Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
And as I climb into an empty bed
Oh well. Enough said.
I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Oh ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
See, the sea wants to take me
The knife wants to slit me
Do you think you can help me ?
Sad veiled bride, please be happy
Handsome groom, give her room
Loud, loutish lover, treat her kindly
(Though she needs you
More than she loves you)
And I know it's over - still I cling
I don't know where else I can go
Over and over and over and over
Over and over, la ...
I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said :
"If you're so funny
Then why are you on your own tonight ?
And if you're so clever
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very entertaining
Then why are you on your own tonight ?
If you're so very good-looking
Why do you sleep alone tonight ?
I know ...
'Cause tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind
Over, over, over, over
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes guts to be gentle and kind
Over, over
Love is Natural and Real
But not for you, my love
Not tonight, my love
Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can even feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my head
Oh Mother, I can feel the soil falling over my ...

I know it's over - The Smiths

Friday, August 25, 2006

por su calor, por su aliento

É útil ao ser humano construir a sua própria cama de pregos.
Pois após se deitar nela, saberá dar o respectivo valor à sua cama de penas.
Sofrer é crescer.

café com cianeto

- Como está?
- Já tive dias melhores..

Começo-me a questionar sobre a crueldade. Cru-eldade, que poderia vir de cru, como irmandade vem de irmão(s). Crueldade ou ruindade.
Sugiro crueldade, porque à primeira vista o que vejo é cru. Porque as pessoas no seu fundo têm consciência do que são ou do que mostram ser.
Teremos no nosso esoterismo contas a pagar? Mudam as nossas auras de côr dia a dia? Ou será que o corpo é que paga e a terra se move por arrasto?

Friday, July 21, 2006

bacia dormente


Estou tão cansada.. Dói-me tudo. Tenho a mente perturbada. Mas o sorriso não se desfaz. Pego no telefone mas não sei a quem ligar. Só quero que me dêem uma resposta pois estou muito confusa. Invento algo de novo todos os dias. Mas com os meus playmóbis não sei eu brincar.
Mas será assim tão díficil? Sinto-me como uma pessoa fora de mim a tentar-me compreender. Agora sim, entendo, quando as pessoas me dizem que não são capazes de me compreender. A quem é que eu ligo? Que faço? Vou chorar ao mar? Enrolo-me na areia e abro a porta para o destino ao acaso?
Se faz favor, é uma marcação para um hotel onde se possa dormir um mês de seguida sem estupefacientes que molestem o meu corpo.
Quero também consultar o catálogo dos duendes por encomenda. Para as lides.
Só vejo cicatrizes exteriores, por isso não há saliva que cure as interiores. Se há, onde se vende? Onde estão os ditos frascos? Porque páram de jorrar as lágrimas que molham o leito em que nos deitamos? Porquê tantas perguntas? Será que vou recuar no tempo e voltar à facilidade das dores de crescimento?

Saturday, July 01, 2006

o que transcende o pós-evidenciamento

Dissertar asneiras e maus-cumprimentos.
Viajar no alucínio da música que nos transmite sem sabermos, exactamente aquilo que queremos.
Chegar a casa, olhar para um monitor que escreve o que comandamos e ouvirmos a certa batida que nos permite viajar.
Roça o desagradável, mas se é disso que o nosso cérebro necessita porquê o evitar?
Bater com panelas no quarto do vizinho do lado enquanto este descansa só porque precisamos da atenção nem que seja do seu cão a lamber-nos os pés, será então ainda mais desagradável com esta batida maravilhosa.
E?
E o quê?

Ter a certeza que somos loucos para não nos debatermos se o somos ou não. Mas ao mesmo tempo ter a possibilidade de nos debatermos com isso porque nos elucida sermos loucos.
Desdobrar um guardanapo no café central entre amigos de cafés e copos, escrevendo coisas disparatadas como o ciclo da nossa lucidez, de modo a ver os seus intestinos despojados entre batatas fritas e beatas mal apagadas.
O que eu gostava é que alguém me explicasse porque é que as estaladas no meu rosto fazem eco. Será que é por consigar dá-las? E não dar a quem mais merece? Somos auto-críticos no seu próprio exagero de auto-criticismo. Dá-me náuseas mas ao mesmo tempo não me dá, porque isso, acaba por ser como um wonderbra. Não no modo como suporta ou evidencia os seios. Mas sim, do modo, como a pessoa que o usa, deseja evidenciar algo que chame a atenção para si de outros seres.

É TUDO! UMA! ILUSÃO!
Torna-se evidente que não me apetece desenvolver mais o assunto. Ficará então para outro dia.

Thursday, June 01, 2006

bolero sonambulo


estou fodida.bate pior hoje que ontem.o coração é o único órgão que nos mantem vivo. se ele não bombear sangue para o resto do corpo, deixamos simplesmente de viver. e se o meu pára agora? não quero.. mas não o posso combater.sonhar de intermédio, é sonhar antes de se começar a adormecer e realmente se começar a sonhar. ontem nesse sonho de intermédio vi-me por debaixo de uma máquina que estava bastante perto do chão. e fiquei lá fechada. foi claustrofóbico. anteontem, imaginei-me sem poder nas pernas. foi aterrador. estou a pensar escrever uma carta ao presidente da república para a enviar a alguém para nos aumentar os dias. 24 horas não chegam. é muito pouco.
e este texto também não chega!!!!estas parvoíces para aqui ditadas também não chegam!!! quero ser um cliente mal-disposto com a vida só porque a noite de ontem não lhe correu bem e indispostar os vendedores que estão ali para me agradar...
a taquicardia sente-se no teclado. e tu sentes-me o cheiro ao longe. nem sequer estou em período fértil, ou talvez esteja, devido ao teu faro. se calhar és mais que um cão farejador. um daqueles cães a que faço festas esquecendo-me que tenho que apanhar o transporte público para ir servir o "consumismo".
forçar o choro, será saudável? expulsar a dôr em imagens tontas e palavras sem sentido. chocar pessoas que não se conhece bem e expôr os nossos intestinos em cima da mesa para que lhes possam tocar.

Tuesday, May 09, 2006

Thursday, April 27, 2006

no fim do dia.


















escarradeira? com tronco e membros sou uma pessoa, não uma escarradeira.

Thursday, April 06, 2006

algo do passado..

..mas do presente.
apresento-me com a banda sonora que ilustra a momentânea disfunção corporal devido a líquidos ingeridos. letras pequenas, sem preocupações, mas não menos ponderando nos erros ortográficos nem na maneira de como são expressas as sensações. sensações que eu sinto.

Cinematic Orchestra - Burn Out

Desenvolvem-se ideias a ritmos cósmicos, tão rápidos e sonoros, que me escapam entre os dedos. Quase como ossadas imperceptíveis de passar, mas que fogem. Ossos grandes e robustos não são os que passam. Só o conteúdo o é. O vísivel é escasso, é esquelético.

[ --- inserir aqui uma fotografia da memória fotográfica do dia de hoje. a árvore iluminada com o contraste do carro velho, molhado e sujo, que passei a caminho do quotidiano não rotineiro]
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Movimento shanti

O bocejo contagiante, a batida inesgotável, o calor da pele desgastada, o fumo que submerge encaminhado pelo respirar do desconhecido.
É mais um registo.
Solo...Abrem-se-me as entranhas e grita algo que não pode atingir outra coisa.
Sussura e soluça. Observa e ri-se... chora e manda. Desmanda e comanda.
Sobe as paredes tal qual um gato aflito.
Livre e confuso.
Gira sobre si mesmo de braços abertos.
Cai e rebola, corre e geme. Treme...
Desliza e brilha...
Acalma-se e explode.
Cacareja e rosna. Semeia o que não quer colher. Planeia o que não planeou.

Saturday, March 25, 2006

uma nódoa com taquicardia

A água escorre-me pelo peito, a mão não quer enxaguar. A mente não a deixa.
Está demasiado ocupada. A água escorre-me dos olhos. O quente aquece. Superficialmente. Aquece dentro. O grande aquece-o.

Aquele ser aquece-me, escalda-me. Tu, apenas me dás latejâncias na cabeça. No cucuruto, na testa. Um tumor no pescoço. Não é díficil, sou um ser humano como tu. Mas tu não me compreendes. Não te queres deixar invadir pela minha elouquência. Pelo meu prazer de pensar.
Pelo meu segundo nível de elasticidade de desempenho preguiçoso à vista comum. Ao olho comum.
A dôr que me penetra por entre as fibras de algodão e unhas lascadas.
As minhas pestanas colam-se com as tuas palavras.
Fazes-me afirmar o que já sei. Di-lo! Espeta-me um garfo na perna. Torce-o.
Mas não te esforces muito. Lá dentro já se tornou impossível de cicatrizar.

Tuesday, March 07, 2006

Bom Apetite


Mísera no mísero estado de miseridade.
Miseravelmente sorvendo um sumo de cevada num mísero estabelecimento.
Miseridade poderosa, numa apoderação da não-miseridade, não condolência, não-pena.
A não-solidão.
Vivências e subestimação.
Crenças políticas, viáveis, não viáveis.
Políticas em termo de palavra específica não contornada ao seu ímpeto comercial.
Vícios e obstáculos, a não convivência dos membros sensoriais descoordenados.

Sunday, March 05, 2006

ditadura dentro da minha personagem

fe-ro-mo-nas-con-fu-são-ca-ri-ca-tu-ra...............Dia mestre. Hoje comanda a outra. É ela que comanda. Ela que quer ditar as regras do meu outro ser. Ela que quer ficar por cima a cavalgar. Ela que acha que pode mexer na caldeirada, deitar as mãos ao nódulos de massa e destruí-los com seus dedos. Com seus punhos fechados.
Ela que não me deixa ir buscar um copo de água para matar esta secura. Esse copo de água sólido, palpável. Que o arranca com as unhas e esgravata. Uma noite de sono poderá matá-la, ou simplesmente adormecê-la, até reaparecer novamente sob um pretexto de solidão ou incoerência. Ou mesmo auto-estima.

"BATE-LHE!" Vou-lhe bater, afogá-la, matá-la, sequestrá-la e esquartejá-la. Beijá-la, amá-la, fodê-la.

Wednesday, March 01, 2006

O que é a arte..?


O que faz dele dizer que é artista? Que lhe dá esse direito? Que lhe dá o direito de me-o esfregar na cara, cuspir-me como se eu nada fosse. Pisar-me. Mesquinhez. Mesquinhice. Mesquinho.
Desfaleço.
Puxa-me.
Mostra-me a arte. Mostra-me isso, mostra aos outros todos o que fazem, o que é a arte deles. Este quadro, aquele caco, aquela escrita, aquele pedaço de carne, aquela nota, aquele pão, aquele ponto, aquela vela, aquele barco, aquele voo, aquela mente, aquele passo, a sua cara, a sua mão.
Deu-me a mão e empurrou-me da janela. Aterrei de barriga num soalho que pensei ser mais duro do que já era. Conclusão: embati num chão mais duro do que era, mas o ressentimento foi apenas vocal. Um suspiro sonoro seco. Falei-lhe de música, calou-me com fita adesiva, obrigou-me a levantar e foi-me mostrar corpos quentes. Moles, sem sabor, não se mexiam. Parados apenas, com um leve fio de baba a sair de suas entranhas. Seguimo-las e encontrei-te. A ti e aos outros. Todos dementes. Dementes à procura e ensonados, acordados de um sono, que já haviam acordado à muito, mas nunca pasmado sobre. Uns rodavam, outros submetiam-se aos jogos tradicionais, dançando com um copo de vidro na mão, em cacos. Explosão de futilidade e ignorância aos factos que ocorrem. Tanta merda dita, não se chega a lado nenhum. Agarro na tralha, desisto atiro-me para a frente, acordo suado na minha cama, no meu quarto. Escuro, tapado com a luz da indiferença proveniente do resto da casa. Dirijo-me a uma superfície, passageira de peões, peço dinheiro para justificar os pensamentos que não deveria ter. Amanhã sonharei outra vez. Amanhã vais voar mais alto. Amanhã baterás com a cabeça na parede e verás que o outro lado da estrada está mais perto. Caligrafia.
Artistas reunidos, poetas. A poesia da vida, traz-me-a num pudim. Aborrece-me. Pára o tempo.

Monday, February 27, 2006

pianadas no teu rosto

Encarnação de um ser, que ao não estar morto, não devia ter morrido. Hoje encarna novamente. Encarna a sua rude postura. Deleita-se primeiro com aquele instrumental magnificado por estranhos.. comuns mortais, diferenciados por isto ou por aquilo. Renasce das não cinzas em que fui submergido. Tenho o poder de o trazer ao mundo novamente. O poder e o prazer. Sentá-lo-ei à mesa com os outros, sem que os outros saibam que ele lá está. Não os substimemos. Substimar. Sub estimar. Estimar. Criar estima por. AMAR. AMO.
Diz-me tu se sabes do que falo, do que sinto, não falo do amor, falo da vida. Sabes viver? Ou só existir. Existir somente é fácil. É fácil deambular por aí aclamando estar vivo, mas viver mesmo... sabes? Saborear a vida.. mordê-la, agarrá-la com todas as forças que se possuí e as que não se possuí. Tirar-lhe o gosto, sentir-lhe o cheiro. Tocar-lhe, brincar com ela. Não é um estado que me é único.. há alguns que o sentem também. Ou serão muitos? Andarão escondidos? São poucos os que conheço. Precisam de um abanão forte para o sentir. Gosto tanto desse abanão. Gostei do meu, por mais profundo e entristecedor que fosse. Por mais que uma pessoa tenha que sofrer, tenha que crescer, sentindo não só aquelas ligeiras dores nas pernas de que nos queixamos tanto na nossa juventude. Jovem. Ser jovem para sempre. Devanear. Cometer o erro de ser incompreendido aos olhos dos outros porque dizemos apenas aquilo que sentimos dentro do nosso ser. Eu estou aqui, a minha alma vagueia. Desliza ao som da música, dança com ela. Vai ver o sol, vai sentir o frio, vai provar outros seres, sucumbir-se ao que vê.

Thursday, February 23, 2006

M-E-N-O-S-P-R-E-Z-A-R

Cornetas, olhos brilhantes, merda.
MERDA!
É isso mesmo, é querer tomar uma água das pedras e não conseguir apagar da memória o som irritante que a mesa faz quando algo está mal colocado.
É ter aquela dor nas costas, e não se conseguir manifestar uma reacção positiva do corpo em abandonar o local.
É sentir o que é um naco de carne inútil, um monte dele, uma mão cheia mesmo, sentir mesmo o que é, ao ponto de nos fazer envenenarmo-nos em dosagens seguidas e inconscientes.
É isto tudo e mais aquilo. É aquele nada e o sol. É o vidro espelhado sem expressão. É felicidade momentânea, com micose nas virilhas.
É ter o dedo queimado mesmo na ponta, e não conseguir parar de dançar.
É dopar a consciência para um estado absurdo em que o corpo não obedece, não comunica, não respeita, não quer.
É conseguir ser submisso àquele que não se quer. É haver alguém capaz de destronar o bem-estar cerebral, partindo em cacos a nossa auto-estima. É espetar-nos com um objecto aguçado carregado de raiva. Aquela dos bichos. Dos animais. Da irracionalidade.

É o menosprezar esse alguém. É debruçar-mo-nos sobre o próprio e abrirmos uma gargalhada feroz.. e continuar a dançar consciente do querer que se tinha e que se volta a ter. Querer.

Sunday, February 19, 2006

La Folie

Bonsoir..
Ton vehicule n'a pas l`air d`avoir de passager
Peux-tu: Veux tu me recevoir
Sans trop te deranger?
Mes bottes ne feront pas trop d`echos dans ton couloir
Pas de bruit avec mes adieux
Pas pour nous les moments perdus
En attendant un uncertain au-revoir
Parce que-j'ai la folie, oui c'est la folie
Il etait une fois un etudiant
Qui voulait fort, comme en literature
Sa copine, elle etait si douce
Qu'il pouvait presque, en la management
Rejeter tous les vices
Repousser tou les mals
Detruire toutes beautes
Qui par ailleurs, n'avait jamais ete ses complices
Parces qu'il avait la folie, oui, c'est la folie
Et si parfois l'on fait des confessions
A qui les raconter - meme le bon dieu nous a laisse tomber
Un autre endroit, une autre vie
Eh oui, c'est une autre histoire
Mais a qui tou raconter?
Chez les ombres de la nuit?
Au petit matin, au petit gris
Combien de crimes ont ete commis
Contre les mensonges et soi disant les lois du coeur
Combien sont la a cause de la folie
Parce qu'il ont la folie
 
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