Sunday, February 27, 2011

O Fogo acabou

"O Fogo acabou."
Por favor, não me digas isso.
"O Fogo a-ca-bou."
Porquê, mas porquê?
Porquê agora? Sem aviso..
Logo agora que eu mais precisava de ti.
Sem ti, não sei mais escrever.
Sem ti, este mar e vento frio perdem todo o encanto.
Sem ti, este mar e vento frio passam de reconfortantes, a demónios que lançam os seus braços e agarram a minha solidão.
Não vim para aqui para estar só.
Não me digas que o fogo acabou.
Nem às pedras da calçada me posso chorar, pois elas riem-se de mim, imóveis, irónicas, como só elas o sabem ser.
Não me digas isso, por favor.
És só tu a minha companhia.
O meu único vício, a minha única droga, não preciso de mais nada.
Não me deixes aqui, preso, agarrado aos meus pensamentos incontroláveis, que só tu sabes amenizar.
Sem ti, este quadro deixa de fazer sentido, perde a beleza.
Sem ti, perco-me nesta areia.
Sem ti, a minha vida pinta-se em tons cinzentos, de cimento.
Não quero voltar, quero ficar aqui.
Estou tão bem aqui.
Não me digas que o fogo acabou.

Mundo cruel. Sentindo-se castigado, volveu à cidade, e enterrou o momento partido, num cinzeiro cheio de beatas.

Wednesday, February 02, 2011

passado e presente

 
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