Sunday, August 28, 2011

Como ninguém


Ninguém me dá o descanso e a paz, como o conforto material construído pelo homem.

Em cubículos dispendiosos, que só interessam a ociosos, olho em redor e deparo-me com ninguém.
Corpos inválidos, sem donos de si próprios, em sítios duvidosos, abanando-se como ninguém.
Mentes suportadas, por marionetistas, em corpos descrentes, pensam e agem como ninguém.
Tremo entre paragens, anseio por outras paisagens, ao longo das duas margens, enquanto flutuo como ninguém.
"O egoísmo reina!", grita-me a voz, mas eu não quero acreditar. Amo-te como ninguém.

Wednesday, August 24, 2011

Acorda-me quando deixares de falar.

Esta vista entorpecida deixa-me mal disposta, a recordar e a aperceber-me do que não quero.
Mas há dias em que se não tivesse esta vista, o dia iria ter uma performance mais confusa e entediante.
E assim são dois, contando com o factor surpresa.
Dois dias de tédio.
E dois é positivo!?

Monday, August 08, 2011

este mundo dá-me náuseas

"Minhas entranhas são como animais de estimação mal-educados. Elas podem-se revoltar a qualquer momento sem motivo aparente, mas no final eu quase sempre consigo domá-las. Basta dar mais atenção a leitura ou cantar uma boa música."

por Mariane Montedori (ler texto integral aqui)

Monday, August 01, 2011

Aninhava-me num monte de merda. Na boa.

(E aqui, o ponto final é o que faz mais sentido, é o que tem mais poder, é o que decide tudo. É o que dá a sentença aos braços cansados, pior que os braços cruzados. Braços moles e dormentes à espera de gangrenarem. É o que define o cansaço, é o que atropela as vírgulas, essas que se agregam nesta, naquela, e na outra, oportunidades de caminharem para a frente, como numa frase. Ele às vezes gostava de ser bem mais pesado, mais rígido, mais respeitado. Mas ele tem o mesmo peso que as suas sentenças. E acaba por se ver resumido, a um mero ponto final.)
 
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