Tuesday, December 19, 2006

19.12.06 - paixões in//rasputine


Calhou em conversa falar de implantes. Mais concretamente em implantes de coração.
Uma pessoa racional, ou térrea disse-me: "Eu tenho os meus limites". Pois, eu também tenho os meus, mas os meus travões estão avariados. Mas não é por falta de óleo.
Isto tudo se poderá tratar como uma equação matemática, ou questões de lógica.
Ora se o batimento cardíaco está ligado ao cérebro, ou vice-versa, então os sentimentos estarão portanto ligados ao cérebro também. O coração sente. Mas o coração sente porque o cérebro assimila esse sentimento. E quem se debruça demais sobre esse pensamento, mais sente ainda sobre o mesmo.
Tremer de paixão por toda a gente.
Tudo o que se manifesta agradável, tudo o que se manifesta de paixão, tudo o que é perfeito aos olhos mais sensíveis ou sensíveis. Sensibilidade ou sensivilidade. Que merda que se torna isto tudo.
Frágil foi o que me chamaram indirectamente uns quantos dias antes.
Ritmos mensais que atenuam o estado de espírito sentimental não racional racional!!!
Díficil expressão é o que se torna.
Dar voltas na mesma questão e mesmo assim deixar-se ir pelo que se sente.
"Eu já pedi o meu implante faz mais de 5 minutos, este sítio é uma espelunca!"
Há um ser que se quer conhecer, por isso se isola e limita o seu espaço ao conhecimento próprio, para se apaixonar pelo mesmo. Para então poder abrir as portas e se inaugurar (dentro do que já era, mas mais absorvido na sua consciência) a outras pessoas com quem deseja partilhar esse seu salão, esse seu mundo. Essa sua pessoa. Esse seu ser que não o vai abandonar por mais que fuja da sua própria sombra.
Uma pessoa que é viciada em sombras mas não consegue fugir da sua, embebeda-se em sentimentos que não quer ter, mas não foge deles porque a sua sombra os puxa para os mesmos. É correr no mesmo sítio! Como ir a um ginásio para fazer exercício porque tem hora marcada e dinheiro a cair todos os meses. Ou não, porque é uma obrigação. Então porque se torna a nossa consciência de certo modo numa obrigação? Obrigação de fazer o que sente. E se se sente muita coisa ao mesmo tempo? E se a paixão se dilui ao ponto de se confundir com diversos sentimentos? E o amor que não é próprio?
Vai para casa e escrever, escrever faz bem. Isso para mim é claro como água. Tu estás é carente.
Carente? Mas que são carências, pergunto eu, quando a única pessoa que quero amar está dentro de mim?
Estará errado obrigar-me a amar-me? Será dificil?
Houve uma senhora que perguntou ao médico onde se injectava o colagénio para o vazio existencial, eu cá corrobo a questão e pergunto também se estas fases se curam com shampoos para a caspa e medicamentos para emagrecer. Caspa não, caspa é físico. Emagrecer e depressões, que vem cá de dentro.
Terapia musical e ainda se riem de mim. Não faz efeito num mês. O comprimido bem que pode ser de açúcar.
E ainda me perguntam porque me injecto tanto com o que me faz mal. Pergunta-lhe a filha porque se mata aos poucos. Mas que gozo isso me dá.
Que gozo me dá aquele ardor, que gozo me dá a visão turva, que gozo me dá a dôr. Que gozo me dá saber que estou viva, que gozo me dá a disfunção da realidade por certos instantes.
E que gozo me dá quando penso sobre isso ao ouvir o que penso de quem vem de longe. De quem não me conhece e se exprime por mim.
Que gozo me dá essa ilusão. Dizerem-me que estamos sozinhos no mundo e afinal ser mentira.
Não sei se gosto de paixões ou não. E falo de paixões.
Uma paixão que não tem o significado que tem para ti. O mesmo significado que tem para ti, não tem para mim.
A minha absorção de paixão. O poder de me apaixonar por uma pessoa que não conheço.
Pode só esboçar-me um sorriso. E até agora ainda não bati na cabeça.

Sunday, December 17, 2006

"my brain is a mess"

Mostrou-me o interior dela.
Mostrou-me como sangrava, mostrou-me a roupa no meio do chão, mostrou-me a cinza do cigarro descuidado, mostrou-me o que estava caído que não devia.
Mostrou-me isso, eu virei a cara e fingi que não era comigo.
Ela disse-me que erámos iguais.

Saturday, December 09, 2006

saíu-lhe assim



ele disse: "a minha alma gémea está doente."
e ela disse: "o amor é horrível."

pára de respirar em cima de mim

As caras desfiguram-se ao longo dos dias.
Contam-me histórias nos sonhos, e acordam-me quando não estou a sonhar.
Desfiguram-se em dentes caninos e aumentam a minha circulação sanguínea.
Mas amanhã já não se desfiguram...
Só que nunca mais é amanhã...
 
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