Friday, March 13, 2015

A minha casa está vazia.


O amor da minha vida faria dezanove anos hoje.
Faz um ano e pouco mais de um mês que me deixou.
E eu não a queria deixar.
Dói tanto que nem as palavras consigo vomitar.
Já as escrevi mas não chegavam.
Não se percebe esta matemática de um maior curto espaço de tempo sem ela ser tão mais gigante do que a vida que viveu a meu lado.
Dava os dias de sol que não gozei, e os dias de chuva em que me queixei.
Dava os dias de loucura e os de insanidade.
Dava as palavras que deitei à rua, as palavras que doei a quem não as aproveitou.
Dava a atenção que entreguei a quem a descurou.
Dava as peles que roí nas horas de ansiedade, as unhas que cortei, as dela e as minhas.
Dava o meu sangue por ela, para que pudesse circular mais um ano, e no ano que vem dava tudo outra vez.
Dava estas lágrimas que deito para encherem o seu corpo de vida, com a mesma vida linda que ela me deu.
Dava tudo, foda-se.
Era a minha desculpa para não querer envelhecer. Agora já não tenho.
Envelheçamos então.

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