Saturday, April 14, 2012

Cantigas salivadas

É dentro da confusão mental que ando a viver, que cada vez mais chego a conclusões fortes sobre a minha maneira de pensar, agir e estar.
Não julgo ninguém, nem admito que me julguem.
Poucos me conhecem, e muito poucos me vão conhecer.
Só eu sei a que é que cheiro, e não é por não me querer explicar ou fazer transparecer.
As pessoas é que vivem enfrascadas em garrafas rotuladas com moralidades e princípios que lhes foram impostos.
Seja na forma como foram educadas, os livros que leram, as canções que ouviram, os trilhos que resolveram traçar.
Se alguém destapa um bocadinho da rolha e deixa entrar um ar diferente do que estão habituadas a respirar, sentem-se envenenadas, conspurcadas, violadas.
E a saliva é uma coisa que só dura até à hora da nossa morte. E essa hora pode caber-nos a nós decidir qual é.
Independentemente de ser física, psicológica, espiritual ou simplesmente para os outros.
Mais vale então guardá-la (à saliva) para por exemplo se cantarem canções que estes outros possam ouvir, julgar, inspirar e expelir.

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