Monday, November 17, 2008

ode às taínhas

suja como a taínha.
essa que não me compreende, lembras-te?
eu suja como a taínha, e ele?
puro.
do mais puro que já conheci.
não o posso sujar.
quero-me limpar mas estas escamas não me saem.
falta-me a lingua aguçada para as limpar, os dentes saudáveis para as roer.
por mais que tente, esta sujidade não sai.
esta demência não tem cura.
não me posso misturar.
é como as taínhas. não se misturam com o mar.
se há as que se misturam, então é para lá que vou. para me limpar.
mas não sei onde é.
eu bem tento falar com elas, pode ser que me ouçam.
mas nem com a demência potenciada ao máximo elas me ouvem.
limitam-se a nadar a nadar a nadar, em busca de nada. ou em busca de tudo. e não encontram. morrem.
libertam-se?
não sei.
vou continuar a nadar? não sei.
se calhar vou procurar esse tal mar.
azul, primário.
gosto demasiado de vocês para vos fazer mal.
vou nadando. boiem.

2 comments:

Anonymous said...

Sabendo-te com a destreza para as palavras, mantenho nestas aqui escritas, um ritual que não abandonarei. Estou aqui, e leio-te. Vejo-te.

Destreza essa que não me confessas, mas que reconheço. De longe. Do mar. Onde pensas que não consegues chegar, e onde o azul não é assim tão azul, nem sequer tão puro.

b.a. said...

é com um estranho prazer que leio estes posts

 
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