Meti os dedos à boca,
mas nem às pedras da calçada consegui chorar.
Meti os dedos à boca,
mas nem a água bateu, nem a pedra moeu.
Meti os dedos à boca,
mas nem caíu o Carmo, nem a Trindade.
Meti os dedos à boca,
mas nem presunção, nem água benta.
Meti os dedos à boca,
mas nem às paredes confessei.
Meti os dedos à boca,
mas afinal a encomenda era igual ao cabaz.
Meti os dedos à boca,
mas nem a bolsa ficou leve, nem o coração menos pesado.
Meti os dedos à boca,
mas nem pão nem queijo.
Meti os dedos à boca,
mas nem leste escuro, nem sol seguro.
Meti os dedos à boca,
mas nem tudo o que abanou, caíu.
Meti os dedos à boca,
mas nem sequer a voz me doeu.
Meti os dedos à boca,
mas não passei da cepa torta.
Tuesday, December 07, 2010
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