Depois de ver seus pais, quem amou demais, e as saudades imortais, à sua espera ali tão perto.
Depois de ver Maria, que jazia, naquele dia, no sofá de sua casa.
Depois de ver Luís, seu petiz, que outrora fora feliz, a lhe ser tirado.
Depois de receber a sua neta, uma míuda um pouco esperta, com uma vida tão incerta, a trazer-lhe rebuçados.
Depois de receber carinhos e postais de natal, brincar não lhe fez mal, a viver na sua terra natal, terra que o viu crescer.
(Da herança, tive esperança, de ficar com a lembrança, do que é ser criança.)
Paz à sua alma, na sua campa não murcharão, as flores da saudade.
Serafim Luís dos Santos
03.02.1910 - 17.12.2005
Friday, December 17, 2010
Wednesday, December 08, 2010
há 9 anos era assim
Sobre um abalo de emoções,
rabisco umas quantas palavras.
Palavras estas, que mais tarde recordarei
e que talvez sinta saudades de..!
Abrir a janela.. receber um abraço..
APAGAR esses gritos que me atormentam de certa forma, e mais tarde me voltam a atormentar...
Queixar-me... e retraír-me.
Afogar-me, sufocar-me, engasgar-me... com as minhas próprias palavras... os meus próprios sentimentos...
As palavras do coração.. coração que sofre porque ama.. odeia porque ama... critica porque ama; não saem, sobre um comando consciente que incorpora a capa da vergonha e falta de coragem...
AI, A DÔR! que devíamos sentir pelos outros que definham e se encontram abraçados pela morte, tão pouco depois de terem sido entregues à vida... e para sempre abraçados...
10.07.01, algures perto da praia de Algés, a observar gaivotas e pescadores.
p.s.: ainda não sinto saudades de..!
rabisco umas quantas palavras.
Palavras estas, que mais tarde recordarei
e que talvez sinta saudades de..!
Abrir a janela.. receber um abraço..
APAGAR esses gritos que me atormentam de certa forma, e mais tarde me voltam a atormentar...
Queixar-me... e retraír-me.
Afogar-me, sufocar-me, engasgar-me... com as minhas próprias palavras... os meus próprios sentimentos...
As palavras do coração.. coração que sofre porque ama.. odeia porque ama... critica porque ama; não saem, sobre um comando consciente que incorpora a capa da vergonha e falta de coragem...
AI, A DÔR! que devíamos sentir pelos outros que definham e se encontram abraçados pela morte, tão pouco depois de terem sido entregues à vida... e para sempre abraçados...
10.07.01, algures perto da praia de Algés, a observar gaivotas e pescadores.
p.s.: ainda não sinto saudades de..!
Tuesday, December 07, 2010
provérbios figurados
Meti os dedos à boca,
mas nem às pedras da calçada consegui chorar.
Meti os dedos à boca,
mas nem a água bateu, nem a pedra moeu.
Meti os dedos à boca,
mas nem caíu o Carmo, nem a Trindade.
Meti os dedos à boca,
mas nem presunção, nem água benta.
Meti os dedos à boca,
mas nem às paredes confessei.
Meti os dedos à boca,
mas afinal a encomenda era igual ao cabaz.
Meti os dedos à boca,
mas nem a bolsa ficou leve, nem o coração menos pesado.
Meti os dedos à boca,
mas nem pão nem queijo.
Meti os dedos à boca,
mas nem leste escuro, nem sol seguro.
Meti os dedos à boca,
mas nem tudo o que abanou, caíu.
Meti os dedos à boca,
mas nem sequer a voz me doeu.
Meti os dedos à boca,
mas não passei da cepa torta.
mas nem às pedras da calçada consegui chorar.
Meti os dedos à boca,
mas nem a água bateu, nem a pedra moeu.
Meti os dedos à boca,
mas nem caíu o Carmo, nem a Trindade.
Meti os dedos à boca,
mas nem presunção, nem água benta.
Meti os dedos à boca,
mas nem às paredes confessei.
Meti os dedos à boca,
mas afinal a encomenda era igual ao cabaz.
Meti os dedos à boca,
mas nem a bolsa ficou leve, nem o coração menos pesado.
Meti os dedos à boca,
mas nem pão nem queijo.
Meti os dedos à boca,
mas nem leste escuro, nem sol seguro.
Meti os dedos à boca,
mas nem tudo o que abanou, caíu.
Meti os dedos à boca,
mas nem sequer a voz me doeu.
Meti os dedos à boca,
mas não passei da cepa torta.
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