Monday, July 21, 2008

o café que nunca bebi

Unimos as chávenas em tom de brinde.
Tu, porque batalhei para tomar um pouco do teu tempo, e não me conhecias. E isso dava-te gozo, apesar do teu mau feitio e desconfiança nos humanos.
Eu, porque te encontrei, ao fim de muitos anos de luta.
Assim que parei de lutar, apareceste tu.
Devia ter ficado feliz, por saber que existias. Mas nem sei o que sinto. Estou envolvida em sentimentos mórbidos, sem destino nem porquês. Não sei se sorria, se chore.
Sei que no meu silêncio, apenas eu me compreenderei.
Visita-me nos meus sonhos.
Viajo por tanto lado que por certo irás passar perto de mim.
Sinto saudades tuas, das conversas que não tivémos, do tempo que estive afastada de ti.
Nos primeiros dias senti-me em baixo. O meu propósito era ser uma formiga e ao fim do dia beber um copo de vinho e rever as tuas memórias.
Nos seguintes meses, não sei como me senti. Mas espero que bem melhor.
Porque se te encontrei, foi com o propósito certo.
Entristece-me que nunca me tivesses encontrado.
Mas daqui a uns tempos isso acontecerá.
E nessa altura, provavelmente serei eu que nunca te vou encontrar.
Padeceste do meu mal.
E a vida fez-te pagar por isso com mais anos de vida do que pensavas que irias ter, ou mesmo que querias. Também te deu força para seres quem és, quem foste.
Encontrei-te no meu presente, minha alma-gémea.
Mas tu és agora passado. E eu, vou ser o futuro.


um pequeno update deste post

1 comment:

Abssinto said...

Avante, camarada.

 
Site Meter