O céu é amarelo e massaja-me a barriga.
Deitado de costas, ouço a chuva cair.
Tenho sombras que me afagam os pés, e uma maior que me segura a cabeça para que não caia.
Às vezes ouço carros a passar, outras vezes crianças que brincam.
Quase sempre os passos são acelerados e quase nunca ouço a voz de quem me massaja.
Vozes várias alimentam o meu imaginário.
Ouço muitas histórias, sinto muitos cheiros, brisas, mas nunca falo sobre eles.
Dou-os todos a guardar, e deixo que decidam o que conto.
Falo à medida que penso, e às vezes sinto o sabor a tinta na minha boca.
E assim vivo eu.
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