abro a janela e a rua está vazia.
o sol que se pôs de manhã, já se foi embora, mas mesmo assim, o céu padece sereno, nada como eu desejava. queria que chovesse, que estivesse um tempo frio, aqueles que não gosto, para me aconchegar no meu desconforto.
a rua continua sempre vazia, e o dia ainda agora começou.
o meu nem sequer terminou. os olhos que se queriam fechar, agora teimam em manter-se abertos, em focar-se em nada. trinta e duas horas e meia a dormir acordada e os pés inchados.
ouço a única música que vai confortar a perca desta sanidade.
estou calma, o que estranho, já me doeu o coração, ainda há pouco, as batidas do mesmo faziam lembrar carpas a tentar escapar duma rede de pesca. com força, força, força! mas sufocadas!
não me consegui libertar disso porque estou calma...
ainda estranho..
às vezes preferia ter uma visão futura sobre as escolhas a tomar em certos momentos que nos parecem insignificantes. gostava que fossem apresentados os prós e contras de uma escolha e da outra.
embora pensando racionalmente de uma forma meio egoísta em relação a mim própria gostasse de ter escolhido outra saída, se não tivesse escolhido esta, mataria o momento.
e o português abriga-se na palavra saudade e esquece os momentos.
porque o momento passa e a saudade fica.
o momento passa e a saudade volta.
e lá se foi o momento.
mas foi.
Sunday, March 16, 2008
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2 comments:
E não é a saudade feita de uma rememoração dos bons momentos? Inevitável.
claro que sim...
naquele momento doeu-me, a saudade de já não existir o momento. agora só recordo esse momento com boa saudade :)
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