beijo-te para me beijar
veijo-te para me veijar
vejo-te para me ver
bejo-te para me ber
beijo-te para me beijar
veijo-te para me veijar
veijo-te para me vier
beijo-te para me bier
de uma maneira ou de outra, é o que faço. beijo-te para me beijar. para me amar.
Sunday, June 29, 2008
Tuesday, June 03, 2008
monte de carne inútil
o mesmo sonho outra vez.
a mesma música a ecoar na cabeça vezes sem conta.
o meu desejo de partir, mas não posso. já tenho férias marcadas.
não sei que fazer, vou ter que me aguentar.
trancar a porta a sete chaves e só sair para trabalhar.
mais duas pedras de gelo se faz favor.
destróis-me toda.
tu, ele, os outros, elas, eu.
estou com a cabeça a marinar. culpa tua? culpa minha?
culpa minha, claro.
aqui o monstro faz sempre mais do mesmo.
vivo comigo e continuo a ter que viver.
falta a força no braço.
falta a força na cabeça.
falta o descrer que tudo melhora.
portanto, cá vou ficando. e cá vou existindo.
e cá vou destruíndo para me construir.
e para me destruir.
sinto falta dos dias em que vou dormir e nada me falta.
sinto falta de chegar à hora de me deitar e pensar que o dia não foi só aquilo.
que tenho uma razão para aqui estar e me deitar e dormir.
porque é que as horas de sono não passam já e me deixam ir trabalhar?
não quero ir dormir.
quero ficar acordada a sentir o cheiro da urina nas vielas a secar, a ver a decomposição das beatas, a ver cacos de vidro de garrafas e a imaginar a vida que segurou nelas. a ouvir o silêncio, e o susto de um passo. a ouvir a mesma música que ecoa na minha cabeça vezes sem conta quando estou num sonho que nem é pesadelo nem mais que realidade.
"é isto? o dia acabou? amanhã há mais disto? não quero."
empranha-me. será essa a solução?
bate-me. esta?
esfola um animal à minha frente.
DIZ-ME QUE ME AMAS.
esbofeteia-me com realidade. MAS FORTE.
uma que me corte o cabelo, de preferência às navalhadas.
deixa-me nua no meio da avenida e espera a minha reacção.
amanhã já sei que a monotonia do dia se vai encarregar de me fazer sorrir.
mas não queria nada.
quero sair daqui.
estou presa nestas quatro paredes, neste cheiro a oriente, com estes vidros azuis, estes cremes gordurosos, estes postais de lisboa do século passado, nesta aldeia mesquinha, neste corpo, neste corpo.
ai este corpo.
cada vez encolhe mais.
a mesma música a ecoar na cabeça vezes sem conta.
o meu desejo de partir, mas não posso. já tenho férias marcadas.
não sei que fazer, vou ter que me aguentar.
trancar a porta a sete chaves e só sair para trabalhar.
mais duas pedras de gelo se faz favor.
destróis-me toda.
tu, ele, os outros, elas, eu.
estou com a cabeça a marinar. culpa tua? culpa minha?
culpa minha, claro.
aqui o monstro faz sempre mais do mesmo.
vivo comigo e continuo a ter que viver.
falta a força no braço.
falta a força na cabeça.
falta o descrer que tudo melhora.
portanto, cá vou ficando. e cá vou existindo.
e cá vou destruíndo para me construir.
e para me destruir.
sinto falta dos dias em que vou dormir e nada me falta.
sinto falta de chegar à hora de me deitar e pensar que o dia não foi só aquilo.
que tenho uma razão para aqui estar e me deitar e dormir.
porque é que as horas de sono não passam já e me deixam ir trabalhar?
não quero ir dormir.
quero ficar acordada a sentir o cheiro da urina nas vielas a secar, a ver a decomposição das beatas, a ver cacos de vidro de garrafas e a imaginar a vida que segurou nelas. a ouvir o silêncio, e o susto de um passo. a ouvir a mesma música que ecoa na minha cabeça vezes sem conta quando estou num sonho que nem é pesadelo nem mais que realidade.
"é isto? o dia acabou? amanhã há mais disto? não quero."
empranha-me. será essa a solução?
bate-me. esta?
esfola um animal à minha frente.
DIZ-ME QUE ME AMAS.
esbofeteia-me com realidade. MAS FORTE.
uma que me corte o cabelo, de preferência às navalhadas.
deixa-me nua no meio da avenida e espera a minha reacção.
amanhã já sei que a monotonia do dia se vai encarregar de me fazer sorrir.
mas não queria nada.
quero sair daqui.
estou presa nestas quatro paredes, neste cheiro a oriente, com estes vidros azuis, estes cremes gordurosos, estes postais de lisboa do século passado, nesta aldeia mesquinha, neste corpo, neste corpo.
ai este corpo.
cada vez encolhe mais.
surdos mudos
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